DO INÍCIO
À REPETIÇÃO
José Luís Nóbrega
um bilhão dois bilhões números
por números não importarão de início nadar lutar
procurar caminhar viajar sem saber onde ou quando chegar procurar onde descansar
um corpo todo exausto como marujo náufrago no mar um farol brilha longe
porto a atracar espremendo afoito lutando aqui lá e acolá atração
crescendo espremendo cabeça procurando sem cerimônias entrando
num segundo união de ilha mais nadador transformando o que era hipotético
agora humano o que era prazer agora razão de um ser que vem rolando pra
descansar no remanso envolto de água onde tudo vai crescendo e criando
sentindo amor brotando dedo na boca se acarinhando de fora voz que se ouve dentro
tudo vai acalmando sem nome ou sobrenome sem face tem codinome aprende a chutar
alimentar se tem fome cada vez mais crescendo mexendo chuta dentro de fora responde
briga fora vem enjôo não sabe de onde carinho toque sutil fora
dentro serenidade responde consciência nascendo tudo crescendo não
cabe onde cabia antes tudo maior grande parece que vai explodir uma vontade
de expandir tudo preste a esvair em água transbordante no fim do túnel
luz cintilante cabeça ombro corpo relutante já sem ar não
há como voltar agora um exilado sem pátria nem lar pelos pés
segurado com força estapeado por ser de branco desalmado ao mundo apresentado
não sem antes haver chorado ventre separado cordão umbilical cortado
banho tomado amamentado criado amado num mundo atormentado dia-a-dia cobrado
por vezes mal-amado por poucos entendido por muitos odiado volta lutar remar
sentir naufragado barco sem mar na multidão repetição um
em um bilhão dois bilhões números por números não
importarão de início nadar lutar procurar caminhar viajar sem
saber onde ou quando chegar procurar onde descansar um corpo todo exausto como
marujo náufrago no mar um farol brilha longe porto a atracar espremendo
afoito lutando aqui lá e acolá
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