DOS SOLOS
Olívia

É meu solo junto ao teu. É fervura.
É desatino esse teu cheiro-sacrilégio, meu deleite.
É doce; é úmida a minha vida, estúpida sem teu colo.
É fogo.
É tesura me sujar na tua tintura.
É dança.
É vermelho o meu querer robusto.
A minha língua que te cava,
a minha mão que te bagunça,
o meu regaço que te acolhe.
É susto.
É justa e quente a tua música; inflamável o teu amplexo.
É torrente.
É você nas minhas margens,
entre-linhas,
esboçada.
É você na minha tara,
na minha curva,
na minha ceia.
É folia, desmesura.
É delícia desvendar-te.

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