O SILÊNCIO DA
LAVA DE VESÚVIO
Ana Peluso
O Silêncio é todo meu. E ainda
que recorrente algum som: ele não me pertence, antecipo. O Silêncio
é todo meu como sou toda minha. E mesmo os movimentos não dizem
um ai. Como se o instante estivesse petrificado, não escuto ruído
algum; então por algum tempo é como se a vida não existisse.
Em canto algum...; som de pássaros, de sino, de gente ruminando mentiras
e amores, de vida e morte acontecendo. Por um tempo, o mundo parou, e tudo que
existia virou memória exata nesse momento em que prevalece o Silêncio
e ele é todo meu.
Tentar olhar para os lados em busca de alternativas soa tão repetitivo
que prefiro esta extática forma que me acomete: o Silêncio que
me habitou quando olhei para você.
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