DESEJO DE LUA
Flora Rodrigues
Não sei se é de
mim, se é da fase da lua. Quero ser intensamente tua. Partir contigo para a
aventura do desejo. Gosto que me olhes que como se me visses nua. Adivinho-te o
desejo. Sinto o teu olhar percorrer-me o corpo como se fossem as tuas mãos a
explorar cada centímetro do meu ser.
Depois acelera-me a respiração quando te aproximas e os teus lábios
percorrem o meu rosto enquanto as tuas mãos me libertam de roupa para que possa
estar livre. Sinto a roupa a cair no chão. Pegas-me na mão e com ela guias-me a
explorar o teu corpo. Sinto o teu calor. Sinto o ofegar da tua respiração. Ouço
descompassado o meu coração. Está calor. Suamos ambos. Gosto do cheiro da tua
transpiração. Sinto a tua boca a percorrer-me o corpo. Estremeço de desejo.
Sinto tesão. Vibração. Desejo. Paixão. Já não penso no teu olhar, nem nas
roupas no chão. Nem sequer penso na lua. Quero o meu corpo no teu. Os meus
poros transpiram desejo. Quero, preciso ser tua.
Então prendo-te nos meus braços. Envolvo-te no meu corpo.
Prendes-me no teu corpo e transportas-me para lá deste mundo. Nesse momento sou
completamente tua. Sugas-me a alma, beijo-te o teu
corpo. Delicio-me com o teu sabor. Brindamos em taças de sedução. Afogamos o
desejo num mar de prazer. Depois paramos e vem-me à memória um sentimento
estranho de nunca saber o fim desta história.
Fico deitada,
enquanto tu fumas um cigarro. Levantas-te e vestes-te. Dás-me
um beijo na testa. Dizes-me adeus e vais ter
com aquela a que chamas de esposa. E eu fico sem saber quando voltarás.
Será que
retornas quando a lua estiver cheia novamente? Talvez eu só tenha que aguardar
essa fase da lua. E, então, serei livre, serei tua.
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