PRO FUNDO DA MENTE
Lula Moura
Porta
lateral da fossa,
passagem pro fundo do poço,
mente traiçoeira, nossa,
que treme do medo moço.
Simula estar pirada,
se oculta em nosso esconderijo.
Mas voa, nossa mente alada,
e espeta nosso peito rijo.
Corremos em tom de barata,
tentamos sair em vão.
Tão tonto, que não fala nada,
onde está o coração?
Talvez seja ele o herói,
talvez seja o vilão.
Nessa hora tudo dói,
tudo leva à essa questão.
No meio do ledo engano,
no lodo da depressão,
o físico parece um pano,
um pálido pano de chão.
Cinza, não enxerga nada.
Confunde o que já não entende.
Não quer por o pé na estrada,
ninguém encontrar pretende.
Nessa dor de rio abaixo,
buscando o fundo atingir.
Pro fundo da mente, em barco,
pra de lá não querer sair.
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