IVANA
Lula Moura
Perto
do nada,
em clima de dor,
o passado inda seco,
chorava,
lembrando savana.
Deserto,
de vida cigana,
carente de amor,
ouvia uma música,
buscando nos sonhos
o verde sinal
de uma tal caravana.
De certo,
do tudo,
em clima de flor,
eu não esperava,
mas desabrochou:
a cor preferida,
da fera ferida,
lambida,
escondida,
dentro da esperança.
Que não mais espera:
alcança.
Antes,
o crocitar
que o eu emitia,
denunciava meu Corvo,
meu gemido torvo, que havia.
Mas, agora
não era mais de dor
que o Corvo gemia.
*
A paisagem mudava...
O seco saia,
saia a savana.
Meu Corvo chorava
e o amor repetia
(chegava na tal caravana)...
O corpo que via,
trazia um sorriso,
um olho bonito
e um beijo que ardia...
Em pura nua-beleza,
riqueza de uma fantasia.
Veio assim tão de repente,
num rompante que rompia
a armadura que, insistente,
contra o amor, me protegia.
Fiquei tão sedento !
No céu, aqui dentro,
luz em fogos, já surgia...
E pode durar muito tempo,
posto que não é só chama...
O calor, que pressentia,
eu vi no meu leito.
Seu jeito? Seu nome?
- Ivana...
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