LANTERNA VERDE
Francisco Pascoal Pinto de Magalhães
"Eu moldo o universo conforme minha vontade. Conforme minha
imaginação. Conforme meus desejos. Todo meu poder será
perdido aqui. Mas... se eu usar uma pequena parcela...
Uma pequena fração da energia esmeralda é
muito para alguém que tenha força de vontade suficiente."
- Lanterna Verde em A Noite Final.
No meu aniversário de onze anos eu queria ganhar um anel que nem aquele do Lanterna Verde. Vocês lembram do Lanterna Verde? Não? Não era da sua época? Oras! Não sou tão velho assim...
O Lanterna era o meu herói preferido. Dava de dez naqueles heróis da pátria que a professora tentava nos empurrar goela abaixo nas aulas de História: Tiradentes, Caxias, Dom Pedro I, II ... Todos mortos. Os propósitos do Lanterna eram bem mais nobres, algo como salvar a humanidade da voracidade do temível Devorador de Mundos.
Ah, o Lanterna era um herói diferente! Tinha identidade secreta e, é claro, o poderoso anel energético esmeralda.
Só que me deram de presente uma bola e capotão e eu troquei todos meus super-heróis, inclusive o Lanterna, pelos
heróis verde-amarelos do Tri.
Sim, eu era um garoto volúvel.
Agora que os cientistas quebram a cabeça avaliando probabilidades de meteoros gigantes se chocarem contra a Terra, penso outra vez no Lanterna Verde, e como seria fácil para
ele tirar de letra esta ameaça.
Só que há outra ameaça aqui mesmo. Uma ameaça ao verde do nosso planeta.
Por nossa culpa o clima anda confuso e as estações perderam o rumo e o prumo. A natureza ferida reage em forma de catástrofes.
Por falta de heróis que nos salvem, vamos arregaçar nossas mangas e fazer nossa parte. Qualquer muda, semente ou flor é um sinal de vida,um sinal verde nos corações desertos. Moldaremos assim nosso universo.
Vão-se os anéis, acendem-se as lanternas verdes da esperança.
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