MANHÃ DE ABRIL
Shirley Kühne
Aquela música desenhando em mim contornos improváveis,
escorrendo pelos cantos e meandros solitários,
afluentes do ser, infantes e senis, bruscos e delicados;
fumaça ascendendo, enevoando o dia claro;
obscurecendo o corpo, arrefecendo os parafusos da alma
e costurando os meus elos opostos:
o fora com o dentro,
a mão direita junto à esquerda,
a palavra e o silêncio,
a ausência do ofertado e a plenitude do vão.
Um arrepio percorrendo o caminho traçado,
preenchendo os sulcos indecifráveis numa manhã azul-abril......
(Em quantos cantos da canção, adernam corações; derivam marginais, amalgamados em puro som?)
Para voltar ao índice, utilize o botão "back" do seu browser.