Naquela manhã
acordou mais cedo somente para poder ouvir e curtir o canto dos passarinhos.
Para agradecer pelo simples fato de estar vivo e na esperança de que nesse
dia iria encontrar o verdadeiro amor da sua vida.
Sentiu-se um pouco louco por tamanha presunção. Mas nem por isso se entregou.
Sabia que sua realidade estava recheada de tristeza e solidão. Mas, mesmo
assim plantava sonhos de felicidade naquele terreno seco e cheio de incertezas.
Buscava um colorido para sua vida de imagens fúteis e desastrosas. Uma
vida que misturava a melancolia daquele tom sem cor e que era feito uma
típica comédia do antigo cinema mudo, com a esperança surgida quando viu
aquela pequenina estrela. Estrela que de tão distante parecia-lhe quase
sem cor. E que ao misturar-se ao tom escuro do céu do fim do dia, chegava-lhe
imitando a cor do firmamento:
Estrela
Olhou pro
céu, viu uma estrela...
Uma estrela azul, uma estrela...
Lembrou-se dela,
Estrela do seu filme.
Raios multi-coloridos...
Estrela mágica!
Que lhe faz sorrir,
Que lhe faz chorar,
Que só faz partir,
Que não quer ficar...
Iluminar seus sonhos,
Aquecer seu corpo,
Aquietar seu coração...
Estrela sem lógica,
Estrela magnânima,
Estrela mágica,
Estrela...
Estrela máxima,
Estrela azul,
Estrela viva...
Estrela...
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