CARTA DE RENDIÇÃO
Bruno Lacerda
Os monstros estão na rua,
Matando sem piedade;
A droga, aqui, corre solta:
De um jeito que o ser humano merece,
“do jeito que o diabo gosta”,
De um jeito que não dá mais;
O bem anda sufocado,
Por vezes, o mal está vencendo,
“Gente boa” morre fácil,
Mais monstrinhos vão nascendo;
É demais para meu entendimento:
Eu me rendo!
Um respeitável “ex-pobre”,
Está em um lindo pedestal,
Lá no alto do planalto,
Em um palácio divinal;
Mas… O que ele lá, está fazendo?
Ou “marmelada” ou “farofinha”,
Pois um Brasil entregue ao Demo,
É o que vejo na telinha!
E você? Ainda crendo???
Será que as promessas ainda valem?
É demais para minha razão:
Eu me rendo!
A fauna de minha pátria,
A muito se encontra morta,
A flora, um grande navio
Estrangeiro transporta;
Viro as páginas deste livro,
A mesma história vou vendo,
É minha pátria que está indo embora,
É nações que se acham superiores,
É o Brasil que está morrendo,
É um povo que sofre calado
E é demais para o meu coração:
Eu me rendo!
Minha energia se acabou,
Preciso recarregar,
Como a Alemanha da I Guerra Mundial fez:
Deu um “tempinho” na luta,
Para bem mais forte voltar;
A alegria passou por mim,
A felicidade me deu um “tchauzinho”,
A chama da esperança, em mim, se apagou;
Já não sou mais dono de mim,
O mal já me dominou;
Não tenho mais forças para prosseguir:
Eu me rendo!
Foram as bombas jogadas no Iraque,
O atentado nas Torres-Gêmeas,
A pobreza dos países subdesenvolvidos,
A guerra no Oriente Médio
E a desigualdade no mundo,
Que acabaram comigo;
Estou fugindo do perigo,
Se sou covarde? Talvez seja,
Mas, minhas feridas estão grandes,
Preciso me recompor;
Eu preciso de um tempo:
Eu me rendo!
Ao povo, do qual faço parte,
Deixo minhas insignificantes palavras;
Ao meu leitor, meu irmão,
Deixo meu sangue: Minha marca,
De uma luta que espero não ter sido em vão;
Aos demônios do inferno
E aos vampiros deste planeta,
Deixo minha carta de rendição:
Eu me rendo!!!
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