HORAS
AMARGAS
Heringer
O relógio na parede
Marca as horas
Inclemente
Em seu ritmo
Os meus sonhos
Vão murchando
Lentamente
O badalo implacável
Vergasta
Meus pensamentos
A esperança espavorida
Fugiu louca
Foi-se embora
Se grito
Ninguém me escuta
E o tique-taque
Medonho
Vai por certo
Doidejar-me
Segundos fora!
Batem-se as horas
Eu beijo a lona
Por vezes várias
Pego da faca
Me treme o pulso
E assesto o pêndulo
Inda pulsante
E freme o corpo
E escoa a angústia
Encarde o chão
Mancha o tapete
E de repente
Um baque surdo...
E o silencio mais profundo
Toma conta do meu quarto
Pára tudo
Estanca a vida
Os ponteiros
Param hirtos
Três em ponto
Madrugada
Nunca mais momentos tristes...
Nunca mais horas amargas...
Para voltar ao índice, utilize o botão "back" do seu browser.