CONFISSÃO
Bruno Lacerda
Não dirijo carros,
Não dou a partida,
Nem faço parar,
Não controlo minha vida,
Não governo meu destino,
Mas sigo meu caminho:
Perdido na estrada,
Perdido na vida,
Mas nunca sozinho.
Destruo a Terra,
Acabo com o verde,
Pois sou ser humano,
E portanto imperfeito;
Sou atrapalhado,
Não sou um poeta,
Apenas escrevo
E sigo meu caminho:
Perdido na estrada,
Perdido na vida,
Mas nunca sozinho.
Eu não sou Ronaldinho,
O grande rei da bola,
Eu não sou Fernando Veríssimo,
O grande rei da escrita;
Eu não sou Bonaparte,
O grande rei da conquista,
Eu não sou importante,
Eu não sou um artista,
Mas busco o meu espaço
Seguindo o meu, só meu caminho:
Perdido na estrada? Sim;
Perdido na vida? Estou;
Porém, jamais serei um ser sozinho.
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