JANELA, JANELINHA
Márcia Ribeiro
Cortina de renda para proteger o que mais se quer mostrar.
O corpo desnudo fingindo guardar-se dos raios de sol e dos
olhares inquietos e inutilmente discretos.
Penso não ser só para mim a visão que se apruma e que vigia
meus passos alardeados em torno de si. Corro no desespero de
deixar-te mais guardado do que já és.
No meu pedido de socorro para que não se mostres tanto
assim, por vezes esqueço-me que és só meu.
E só por isso não me zango do seu sorriso divertido quando
fecho a janela.
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