GRADE
Eduardo Prearo
Falam demais, são santos, perfeitos. Mas quem? Não sei, são quase santos, abominam muito as coisas ruins. Vae solis...na infância tive alguns amigos, mas preferia brincar sozinho com carrinhos, improvisando uma pequena rampa com alguns livros que encontrava. Ou brincava de Batman e Robin. Tinha de ter também a Batgirl e a Mulher gato. Nem tudo o que escrevo é ficcional. Fubeca, sim, fubeca...outra brincadeira muito legal, fazendo aqueles furinhos na terra, na Terra, uns furinhos para elas entrarem.
Faz-se vários trabalhos artísticos com fubecas; colecionava-as pra depois perdê-las no par ou ímpar. Tinha muita, realmente muita fubeca. Santa fubeca! Continuo um pouco Robin, não sei explicar exatamente o porquê. Creio que seja um tanto xarope pra não ter tantos amigos quanto...e egoísta. Afinal, não saio por aí servindo cafezinhos. Mas aprendo...um dia, aliás, um dia hei de ser santo, perfeito, essas coisas. Quanto pretensão, não? Enfim, tudo o que tenho falado ou escrito tem provocado críticas diversas -- mas imagine, um desconhecido...E ainda bem que me criticam porque do contrário talvez não refreasse tanto...
Sem identidade, sem nada, num morgue! Sem cultura, ouvindo o quanto são santos e sem vícios, sem caráter, sem uma palavra de conforto pra te dar. Como são fortes! Realmente talvez no fundo os inveje. Tem alguém atrás de mim talvez lendo o que estou escrevendo. Isso...mas, enfim, não sei criticar nem nada da vida alheia...isso quer dizer que não tenho amor ao próximo? Babaquice? Abro a janela e deparo-me com as grades. Fugias pela janela, eu me lembro. Com grade não dá pra pular...Fugias porque era uma habitué, e tinhas comportamento solar. Será mesmo? Chega!
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