QUEM
SOU EU?
Miguel Pérez
Tenho que escrever sobre mim, mas...
Quem sou eu?
Gostaria que alguém me ajudasse a responder esta pergunta.
Uma resposta benevolente é o que eu quero?
Então devo perguntar a minha mãe.
Uma resposta duvidosa, entre o real e o deboche?
Então, perguntar aos conhecidos de festa é o que eu devo.
Mas não. Acho que o intuito é que eu responda só.
Sou um homem. Vejo-me mais, como uma criança, mesmo já longe da infância.
Vejo-me assim por que meus sonhos não morrem.
São açoitados, às vezes, até quase o desespero, mas renascem da escuridão e voltam a me atormentar as noites.
Prova disso é o texto que escrevo.
Sempre volto a tentar.
Sou um homem, não posso escapar.
Os minutos passam sem parar.
Os primeiros cabelos brancos começam a brotar e não tenho como evitar.
Minha testa desnuda denuncia os anos passados.
Minha falta de paciência.
Os amigos já não lembrados.
Os olhares melados.
Eu sou um homem, que não vive no passado, mas no presente, também não pode ser encontrado.
Eu sou eu mesmo. Isso não pode ser mudado.
Goste quem quiser.
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