AMO-TE
Argento
 

Certo dia, um famoso poeta da região metropolitana do Rio de Janeiro apaixonou-se por uma menininha loira de aproximadamente um metro e setenta e de cerca de trinta anos de idade.

A princesinha, como nosso protagonista chamava, era a coisa mais linda do mundo, isso na opinião do nosso herói. Seus amigos sempre sacaneavam-no, dizendo que ela não era tão bela assim, e tentavam impor-lhe seus defeitos. Fatos sempre prontamente contestados pelo nosso versejador.

Os dias foram se passando e o dito cujo sofrendo por seu amor mal correspondido, eram noites sem dormir, porres homéricos e ressacas infinitas.

Num belo dia, o profissional do verso, resolveu mostrar ao seu grande amor as suas tentativas de poesias. Ledo engano, ela desconversou e jogou o pobre coitado pra escanteio no melhor estilo "Moisés" (o zagueiro botinudo do Vasco e do Bangu) de ser. Desiludido, o pseudo conquistador fez esses versos abaixo:

Amo-te

"Quem ama sem se preocupar com a beleza, encontrou a verdadeira razão de viver"

Se em meus desejos
te imagino só minha,
sem pudor, sem anseios,
uma mulher, uma rainha!

Não somente por tua beleza,
mas também por tua magia.
Minha flor da natureza,
minha inspiração, poesia.

Serei eu um poeta louco?
Pois amo e nem ligo,
amo o que dizem ser feio...

Não me importo nem um pouco.
Só quero o teu abrigo,
amar-te e descansar em teu seio!

Como dizia mestre Chico Buarque: "Amo tanto e de tanto amar, acho que ela é bonita".

 
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