AS JARDINEIRAS
Mauro Pereira da Silva

As jardineiras exalam cores brilhantes pela sala.

No canto, os livros compõem um quadro colorido.

A vida se manifesta diminuta, escassa, esperando a mão

Que a fará gigante, que a fará vazar extravagantes selos.

O gênero de existir pareceria fosco se não fossem as janelas

E o além da janela, o além do quintal, o além do estado.

Porém, falta-me uma mão, falta-me uma sílaba,

Para definir as grossas raízes que me violentam,

Os tubos cerâmicos ornados de sangue

As maneiras e jogos que a vida insinuante me propõe

E que eu não compreendo.

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