CHEIRO VERDE
William Stutz

"São noites de silêncio / Vozes que clamam num espaço infinito / 
Um silêncio do homem e um silêncio de Deus" 
Frei Tito

Revejo minha vida,
Escolhas, posturas, aflições.

Tento lembrar de arrependimentos mais fortes,
Não os encontro.

Queria morar na praia, beira mar;
coisa de mineiro;
coisa da evolução da espécie.
Devaneio.

Do mar viemos a ele queremos voltar.

Hoje aqui na mata sinto um cheiro de chuva e de verde.

Me viro na rede alta a espera dos bichos da noite.
Ao longe veja o clarão da cidade/viva/agitada/vazia.
Rude.

Gosto da noite.
As nuvens cada vez mais baixas estão brancas na noite-breu.
Quase as toco.

Espero meus bichos, eles virão como sempre me fazer companhia.
Já escuto seus sons, silenciosas asas se aproximam e sopram
deliciosas palavras — que só eu entendo — bem junto de meus ouvidos.

É tão bom estar vivo
E eu os respondo com orações e lágrimas.
Agradeço todo dia ao Altíssimo por me ceder momentos só meus.

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