É
VINDO
Heringer
De ermos ocultos
Siderais
É vindo um bólido
E seu destino se finda
Sobre as nossas tristes vidas
Da explosão formidável
Que advirá
Restará muito pouco
Ou mesmo nada!
Badalem os sinos
Soem sirenes
Gritem alto os passantes
Chamem pra rua os meninos
Rompam algemas
Soltem os presos às pressas
Serrem as grades
Libertem as aves opressas
Quebrem as trancas
Queimem as leis
Tragam os párias e os pobres
Dêem trajes festivos às moças
Deixem dançar os idosos
Sirvam-se os vinhos preciosos
Toquem guitarras e flautas
Encham-se as casas de flores
Cantem as mais lindas árias
Façam-se amores nas praças
Haja poesia nos ares
E prazer pelos lagares
Abram-se os clubes de elite
Andem nos carros de luxo
Franqueiem-se os ricos palácios
E enfeitem-se de jóias e ouro
Joguem nos finos cassinos
Compartilhem os tesouros
Saciem-se em lautos banquetes
E acabem-se em carnavais
E morram de amor e paz...
Retenham nos braços
O paraíso fugidio
Abracem bem perto do peito
A alegria fugaz
E nas faces mantenham
Um sorriso bonito
Que do infinito
É vindo
O fim
E depois
Só o silêncio
E nada mais...
Para voltar ao índice, utilize o botão "back" do seu browser.