SILÊNCIO: ONDE
MORAS?
Bruno Lacerda
Eu olho em meu quarto, vejo o silêncio e pergunto:
Silêncio, onde estás?
Eu olho a rua, vejo o silêncio e pergunto:
Silêncio, onde estás?
Eu olho para o alto, vejo o silêncio e pergunto:
Silêncio, onde estás?
Eu entro em um sono profundo, então nada pergunto,
Mas o silêncio responde:
- "Estou em seu sono profundo,
No falar de um mudo,
No escutar de um surdo
E no olhar de um cego.
Estou, no falar do oprimido,
Na compaixão do bandido
E na morte de um ente querido.
Estou, no falar do político,
No andar do paralítico,
Na explicação do governo
E na cobrança do povo.
Estou, No alto de uma nuvem,
No cair de um raio
E no fundo do oceano.
Estou na dor de um jogador,
No chorar de um ídolo
E no sofrimento de um herói de TV.
Se calarem a voz dos profetas,
É a mim que encontram,
Pois sou a coisa mais perfeita criada pelo divino.
Eu, sou como a fé,
Pois ninguém pode me ver, escutar e tocar,
Porém, todos me sentem, de uma forma ou de outra,
Pois estou no interno de cada um.
Estou no pedido de socorro da natureza,
No esbravejar da formiga
E no trabalhar das abelhas.
Estou em qualquer lugar,
E posso afirmar
Que todos me sentem:
E como me sentem..."
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