HISTORINHA PRA ONÇA DORMIR
Adilson Sobrinho

Fazia tempo eu não via o mar, ontem caminhei pela praia, pisando a areia, pulando marolas, sentindo o sol na pele e estando feliz.

Continuo não acreditando na imensidão daquilo, é um universo azul, vivo, molhado e em constante movimento. Fascínio e medo se misturam com uma incontrolável paz que aquela visão me traz, o mar, belo e indomável, será fato que foi de lá que eu, você e todos os seres sem escamas viemos?

Ontem estive pisando em brilhos e acabei por compor um Hai Kai, não, engano meu, pensar que tudo aquilo universalmente grande e bonito, era tudo de lindo que eu via e tinha !

Diante de uma porção tão generosa de água, deixei que minha alma fosse lavada por ti.

Ontem caminhei pela praia, pisei em luzes, flashs luminosos e, mesmo com todo encantamento, o brilho da imagem em movimento não ofuscou a imagem da presença tua, que, comigo deixou rastros breves na areia. Além de toda a grandiosidade do encontro do sol com a verde água do atlântico, no embate do encontro o reflexo que vi foi você, além de tudo havia você.

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