LATTINUS
MALLIS
Reinaldo de Morais Filho
Se Freud explica, que me explique isso: Latinnus Mallis.
Trata-se de uma nova moléstia psicológica que descobri por ter me atingido já durante a adolescência; e que, por ser um trauma para minha vida, decido relatar, a fim de que algum estudioso interessado procure, então, a cura.
Aos 17 anos, namorava uma jovem há algum tempo (se me lembro bem, por uns quatro meses). Era uma garota, digamos, "quente", que me deixava, a qualquer toque no meu corpo, tremendamente excitado - embora isso não fosse um grande feito, pois, como já disse, eu tinha 17 anos!
No entanto, este não era o problema, creio até que ela "admirava" essa minha excitação, chegando até, certo dia, a elogiar minha ereção (atrevida, não?). O problema foi que eu comecei a imaginar coisas estranhas enquanto a abraçava; vinham-me na cabeça palavras eróticas em latim, nomes que nem devem existir: Pennis Erecttus, Seius Chupaddus e assim por diante...
Tudo isto me fazia cair em uma crise de riso que a deixava indignada, pois além de atrevida ela era demasiadamente curiosa, e eu não poderia lhe contar o motivo das minhas gargalhadas. Mas, com meus beijos escondendo os dentes, consegui fazer com que ela ignorasse aqueles ataques.
Entretanto, aconteceu algo terrível: no aniversário de seis meses de namoro, ela que dizia ser virgem, afirmou que chegara o momento de deixar de ser.
Aprontamos um esquema quase profissional para enganar seus pais, que estavam na casa de praia e até hoje devem crer que ela foi estudar na casa de uma colega. Sozinhos na sua casa, conversamos um pouco (bem pouco mesmo) e fomos ao quarto dos seus pais.
Tudo corria muito bem, nossos corpos ardiam, nossas bocas se colavam, estávamos prontos. Tirei suas roupas rapidamente, ela, as minhas; começou a fazer sexo oral comigo; e foi naquele momento que a crise decidiu atacar: Bocca Nammassa. Mas consegui suportar o riso...
Ela se deitou na cama, me chamou; parecia-me bastante experiente para a primeira vez, pela tranqüilidade com que conduzia nossos corpos, pela desenvoltura com que dominava os movimentos.
Começamos. E enquanto ia e vinha, novos pensamentos me vieram à cabeça: Virggen Fajutta, Pennis (Muitto) Erecttus.
Não consegui mais segurar o riso, caí na gargalhada durante a penetração; ela gritava comigo, mandando eu parar, inutilmente. Tomada por uma ira incomensurável, começou a me bater e me expulsou de sua casa, ainda despido.
Fora de mim, não parava de rir, agora Peladdus in Publiccus...
Seria até engraçado eu me lembrar desta situação se logo em seguida esquecesse que essa crise me perseguiu por muitos anos e por muitas namoradas. A notícia se espalhou e quase me tornei o jovem mais impopular da cidade; o que me salvou foi que também se espalhou a fama do meu grandioso Pennis Erecttus...
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