MOMENTO ÚNICO
Jacimara Lourenço Tenório

As palavras se penduram pelo teto do quarto como se fossem morcegos a espera da noite.

Quando soltas pelo ar, procuram formas e cores, para a página retornar.

Na página, brincam sobre as linhas, desenhando figuras tortas e confusas.

O pensamento busca um ponto qualquer para se apoiar e, nada é tão confuso quanto esse momento de criação.

O pensamento se faz escuro, preso em uma caverna, tenta sair, mas não consegue.

Ah! Como é triste não ter inspiração, tenho vontade de soltar um grito que está preso na garganta, de dizer palavras que não vem na minha mente, de correr sem destino, de correr perigo, pular muros, ribanceiras e precipícios...

O sol anuncia o dia, clareando as frestas da janela, enquanto todos se levantam a busca da claridade, eu me sinto sugada em minhas forças. Fecho as cortinas, nenhuma luz, e assim me refaço em busca do que procuro.

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