O
BRAÇO
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Nerino
de Campos
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Foi
uma brusca freada, e eu, da varanda, de rosto franzido e olhos fechados,
esperei por intermináveis segundos até que o carro parasse, e justamente
neste espaço de tempo, ouvi um barulho seco, compacto, vindo do telhado,
como se um saco de farinha tivesse sido jogado ali.
Olhei par cima e do lugar onde me encontrava vi apenas alguns dedos transpondo a quina da calha. Peguei rapidamente a escada e subi, na tentativa de salvar aquela criatura, porém, em cima do telhado só havia um braço acompanhando aqueles dedos inertes. Desesperado, olhei para a rua e gritei, chamando as pessoas que pareciam procurar algo ao redor de um corpo já coberto com folhas de jornal. |
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