COISAS DE
NAMORO
Ubirajara Varela
-Ai!
-Doeu?!
-Nem um pouco.
-Então por que você reclamou, minha linda?
-Sei lá! Quando você me encostou...
-O quê?
-Ah... Eu fiquei arrepiada. Só isso.
-Então foi bom!
-Mais ou menos.
-Como assim, mais ou menos?
-Foi e não foi. É que eu não estava preparada. Tem que chegar com calma. Não pode ser assim tão de supetão.
-Então foi ruim.
-Não. Não foi ruim. Foi bom. Sempre é bom. Mas assim, sem avisar, eu não gosto.
-Estou sem entender. Você não era assim. Está pouco receptiva ultimamente. Não quero criar confusão, mas dizem os especialistas que receptividade é sinônimo de fidelidade.
-Lá vem você de novo com seus especialistas nisso ou naquilo.
-É fato. Eu li naquela revista... Como é mesmo o nome?
-Ah... Deixa a revista de lado, amorzinho. Vamos esquecer esse negócio. Vem cá, que eu te mostro o quanto estou receptiva.
-Peraí. Primeiro a ciência. Quero tirar todas as minhas dúvidas. Como assim, foi e não foi?
-Eu já te expliquei. Tem que ser sem pressa. Não pode ir metendo a mão, cutucando. Primeiro acaricia um pouco, depois...
-Eu estou achando isso uma complicação.
-Mulher é bicho complicado mesmo. Fazer o quê. Vamos encerrar o assunto e namorar. Me dá um beijinho, vai.
-Tudo bem. Mas não me peça pra tirar nem mais um cravo das suas costas.
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