O ENIGMA DE BELLINHA
Fábio Luiz

Te vejo a primeira vez com receio
Olho meio de lado, num esgueio
Não te entendo sorrindo assim
Me tranco, fecho em mim.

Toca em meus cabelos finos
Diz algo em murmúrios sem sentido
Balança algo à minha frente como sinos
Apenas me espanto de modo tímido.

Você é novo pra mim como eu sou a ti também
Estranho seu abraço me chamando de neném 
Abro meus dedos num avanço bem medido
E só me expresso assim: num gemido
Algo recente mas que soa tão antigo

Te encabulo e te sentes rejeitado
Não me traduza mal, apenas reajo
Mas me interessas sem saber
E aos poucos busco te conhecer

Me distraio mirando teu rosto
Sorrio, sem me veres, que bobo!
Remexo, reclamo, até mesmo choro
Quando me levantas, no alto, em teu colo

Joga meu corpo ao vento, agora!
Mas me segura, por favor, na volta!
Tanto gosto que me abro toda
E meu riso, assim fácil, te derrota.

Sinto seu aroma novo, seu calor de amor
Pensas que é tão esperto, meu tolo cantor
Que na ousadia, ainda mais me aninha?
Te apresento, então, meu mistério de Bellinha:

Não percebeu? Ora, já és meu prisioneiro!
Estou no teu coração, eu agora te ordeno
Encantei pelo meu olhar, te condeno
Me amarás em todo teu pensamento.

Em troca te sorrirei para todo sempre
Falarei coisas no meu jeito.
Não entendes? Nem tente!
Mas, sentirás meu amor eterno por ti
Quando teu nome em minha voz um dia ouvir

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