SUPONHA
Míriam Salles
Suponha que eu não queira mais te amar.
O que farias?
Gritarias?
Suponha que eu deixe de te encantar.
O que eu faria?
Choraria.
Silenciosamente, dolorosamente, mansamente.
Até que as lágrimas secassem, minha sede sucumbisse, minha fome
se acabasse.
Suponha que um dia eu me vá,
que a vida seja infinita,
que a sorte seja maldita,
que a desdita seja dita.
Não, não suponha nada.
Sente aqui do meu lado, pegue a minha
mão.
Me abrace apertado, me beije com paixão.
Me ame com cuidado, me envolva com calor.
Esqueça o passado, deixe de lado a suposição.
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