CENSURA
PARA AS CANTIGAS INFANTIS
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Marcel
Agarie
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Muitos reclamam dos jogos atuais de video-game, que mostram o lado desumano das pessoas, com cenas de pura violência, sangue e ódio, sem contar o impulso assassino que os pré-adolescentes e adolescentes têm em matar os inimigos virtuais. Talvez os maiores problemas possam estar nestes jogos violentos, porém, se analisarmos cientificamente, a origem do pensamento e do comportamento violento e negativo das crianças e adolescentes, vem desde o colo de seus pais, quando ainda nem aprenderam a andar e já começam a ser estimulados por canções infantis, como Samba-lelê e Boi da Cara Preta que parecem inofensivas às crianças, mas que podem trazer uma grave conseqüência no futuro. Uma criança que está aprendendo a verdadeira realidade da vida, e ouve: ...Samba le-lê tá doente, tá com a cabeça quebrada..., a princípio, para esta criança isso será muito engraçado, ela não vai ficar com dó que o Samba le-lê tá doente, muito menos com a cabeça quebrada, e sem querer, poderá acabar quebrando a cabeça do irmãozinho mais novo (que ainda nem sabe quem é o tal do Samba le-lê), sem ficar com remorso e ainda achar tudo muito engraçado. Atirei o pau no gato, mas o gato não morreu... Não preciso nem falar o que essa cantiga infantil pode causar. Além da extinção dos gatos, de tanta paulada que vão tomar das crianças, muitas delas poderão ficar frustradas, pois alguns gatos mais frágeis, poderão morrer na primeira paulada e nem sequer berrar o tradicional miau. Veja o caso do Boi da Cara Preta. Imagine o trauma que se pode causar em uma criança, cantando para que um boi da cara preta venha buscar quem tem medo de careta. Normalmente, estas crianças na idade adulta, não se importam com a feiura das pessoas, pois de tanto ouvirem que o boi vem buscar, acabam tornando-se corajosas, e perdem o medo de qualquer careta, isso de tanto medo que desenvolveram do tal do Boi da Cara Preta. O mesmo é válido para a Cuca, que vem pegar. A violência ainda é maior na cantiga do Cravo e a Rosa. O Cravo, brigou com a Rosa, embaixo de uma sacada, o Cravo saiu ferido e a Rosa despedaçada.... E ainda existem psicólogos que dizem que não é recomendável filmes do Van Damme para crianças e adolescentes, por causa da violência, porém o Cravo pode dar umas porradas na Rosa de vez em quando, que tudo bem, né ? Sem contar outras milhares de cantigas que estimulam as crianças à atitudes negativas. Eu, por exemplo, tenho um irmão de 11 anos, que quase nunca lava o pé. Minha mãe fala que é preguiça, mas eu acho que é por causa do meu pai que cantou muito: O sapo não lava o pé, não lava porque não quer... e hoje, no subconsiente do meu irmão, ele quer ser como o sapo, e não lava o pé porque não quer, achando bonito ficar com chulé. Se formos ver todas as cantigas infantis que existem, que podem estimular a violência, tristeza e a depressão, eu não paro mais de escrever, e terei que falar do quartel que pegou fogo, daquele soldado que tem cabeça de papel, ou então a história da Dona Aranha que sofreu um acidente e caiu da parede, graças a chuva forte. Se analisarmos, nas devidas proporções, existe algum sentido. Você não acha ? |