ONDE ESTÁ MEU CORAÇÃO?
Cláudio Rúbio
 
 
Onde está meu coração? Xi, coitado! Entalado entre as portas do Metrô.

Não é mais vermelho. É o cinza acidentado e concreto, desalmado.

Onde estará meu coração? Num saco, lixo que bóia, e sinaliza o acidente marginal ao Tietê: São Paulo.

Não é mais vermelho. Esvaiu-se o sangue, todo, coagulado e preto, como o rio.

Onde estará meu coração? Avesso, encontrei-o de braço dado com meu inimigo. Secreto.

 
 
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