...e como
que querendo petrificar a presa,
os olhos verdes da moça se fingiram de jade,
lápis-lazúli,
florestas e mares.
E faiscaram
um certo brilho de tangente,
fio de lâmina,
raios laser,
lua cheia invadindo a ponta da montanha.
E, se ele
pudesse,
diante da hipnose mais doce,
teria dito qualquer coisa,
ainda que só para si,
como um chamado,
faria um apelo:
para não virar pedra
( feitiço helênico);
para não tropeçar em raízes
e cair nos seios dela,
para não se perder no mais abissal
do mar revolto:
escamas de sereia.
Mas o escuro
dilatou a íris,
a moça dos olhos verdes aquietou-se,
a presa virou a cabeça em outra direção:
é que brilhos imaginários não atravessam salas.
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