MARIAS DE NOSSAS VIDAS
Celso Rab Lage
 
 

Acredito que cada um de nós conhece com propriedade uma Maria e, com quase absoluta certeza, eu poderia dizer que todos já tivemos uma Maria especial em nossas vidas...

Minha primeira Maria, a princípio, apareceu em minha vida quando eu era ainda uma criança.

Ajoelhado, ao lado da cama e conseguindo soltar as minhas primeiras palavras com nexo eu, inocentemente, pronunciava seu nome quando aprendia com a minha amada avó a rezar.

Tá certo que eu, como a Bíbi da Pieve em uma crônica maravilhosa que ela escreveu (Pegando intimidade com ele) não entendia o porque da Ave se chamar Maria, mas tudo bem.

Um pouco mais crescido e rezando bem menos do que na minha infância, fui observando que no mundo existiam muitos tipos de Marias, algumas mais corretas e obstinadas, cheias de idéias e ideais, outras nem tanto, movidas pela força e entusiasmo do alheio, sendo popularmente conhecidas como Maria vai com as outras!

Portanto, podemos resumir o nosso mundo como sendo um mundo de Marias ou então, no mínimo, um mundo rodeado de Marias.

Pois, para onde quer que se vá, encontramos sempre uma Maria.

Sim, pode observar. Com certeza você têm na sua família ou em seu grupo de amigos uma Maria.

No meu caso, por exemplo, essa rotina de se encontrar com Marias se tornou um exagero.

Neste atual momento de minha vida, namoro uma garota chamada Lúcia. Maria, claro.

Aliás, na família dela, começando pela mãe que, como vocês já devem imaginar, chama-se Maria, são mais 6 Marias. É um tal de Rosa Maria, Helenice Maria, Maria Aparecida, Regina Maria e mais umas outras as quais não recordo o prenome, mas que com certeza também tem Maria em algum canto.

O pai dela se chama José, ainda não perguntei, mas deve ser José Maria.

Saindo do lado da família dela, entro na minha.

Para quem não sabe, sou descendente de portugueses e....Pronto, lá vêm vocês com piadas! Pois saibam que eu já conheço todas!!!! Ora pois, pois!

Bom, mas voltando as minhas origens lusitanas, não preciso nem dizer que eu tenho umas 10 tias, 25 primas e mais umas 15 amigas chamadas Maria. Aliás, ainda vou pesquisar se em Portugal é obrigatório, por lei, ter pelo menos uma filha chamada Maria....

E em se falando de amigas Marias, não poderia deixar de relatar dois fatos que eu presenciei, o primeiro envolvendo duas amigas, Marias, que eu tive a felicidade de apresentar, Maria Conceição e Maria Clara e um outro, uma paixão mal-resolvida, citado em uma crônica minha intitulada " Amor na tela".

Maria Conceição era uma mulata daquelas, alta, corpo perfeito, sorriso meigo, extrovertida, divertidíssima, sempre com o astral para cima. Era daquelas mulheres que faziam que nós, pobres mortais da raça masculina, passássemos alguns minutos de nossas vidas dentro do banheiro...

Maria clara, ao contrário de Maria Conceição, era loira, baixa, pele branca, diria que quase transparente, séria, chata e andava sempre com a cara fechada, aquela que a gente comenta que deve chupar um limão azedo antes de sair de casa.

Bom, estava eu com a Conceição de carro indo buscar a Clara para sairmos juntos.

Mal eu estaciono o carro em frente a casa da Clara, ela já vai entrando e se apresentando para a Conceição:

-Oi, prazer...Maria Clara.

A Conceição, sarrista como sempre, olha para aquela loirinha e solta:

-Prazer, Maria Conceição, escura!

A garota ficou vermelha na hora, sem jeito e eu nem preciso dizer, morri de dar risada com a situação.

Bom, o outro caso, aquele da paixão mal-resolvida, aconteceu há alguns meses atrás e envolve um grande amigo meu e, claro, uma Maria (!)...

Tá curioso? Bom, vai lá ler a crônica!

Só conto um segredo para vocês....

Passado todos esses meses fui na casa desse cara, entrei sorrateiramente no seu quarto e, quando ele sentiu a minha presença fechou a página na net....Só deu tempo de eu ler:

-.......também TE AMO. Beijos e boa Noite, Maria.

É claro que ele vai dizer que eu estou mentindo mas, eu juro que é verdade.

 
 
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