COLECIONAÇÃO
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Larissa
Schons
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Já
colecionei de tudo desde fitas de cabelo a latinhas de garrafa. Se bem que
colecionar latas de garrafa, dá dinheiro e deixa de ser um hobby para se
tornar uma necessidade rentável.
Quando era pequena colecionava papéis de carta. Aqueles papéis de personagens infantis, delicados e com cheirinho. Também colecionei figurinhas, selos, miniaturas. O que me deixava impressionada era a coleção de moedas do meu pai. Era fantástico abrir a caixa de madeira e olhar as moedas de todos os formatos e tamanhos. Com símbolos, cores e cifrões. Era a preciosidade do meu pai. Ele não gostava de mostrar pra muita gente. E só mostrava em momentos especiais. Como o dia que disse que tinha conseguido uma nova moeda, do tempo do General Deodoro da Fonseca. Os meus olhos infantis brilharam ao ver aquela moeda. É certo que se tratando de moedas eu fui apenas uma voyeur, somente observava e admirava. Mas foi ali que eu comecei a colecionar de tudo. Tudo que eu tinha mais de um pra mim era uma coleção. E assim colecionei discos, camisetas, calças, sapatos, batons, perfumes, livros, cds, dicionários, lápis, canetas, bolsas, vou parando por aqui porque se você parar pra pensar verá que também é um exímio colecionador. Adorava colecionar cartas. Devido a minha vida um tanto nômade, de filha de militar, morei em muitos lugares e todos os lugares que eu ia, pegava o endereço de amigos e correspondíamos através de cartas. Tenho cartas de toda parte do Brasil e de fora também. A quantidade eu não sei, mas com um esforço poderia fazer um bolão e jogar todas no ar imaginando ser a representante de um sorteio da Nestlé - 80 casas pra você. Porém a minha coleção mais curiosa é a de pedras. Comecei a colecionar na época que ensaiava a peça Canillita. Minha personagem era uma menina que em várias cenas jogava amarelinha. A partir daí colecionei pedras e mais pedras. Quando fui a Vitória apresentar Canillita esqueci minha bolsa de pedras que eu havia colecionado para a apresentação. O pior é que só dei a falta da bolsinha no Campus da Universidade Federal de Vitória. E lá fui eu caçar uma pedra, nem que eu tivesse que usar uma pedra falsa, um aerólito, o que fosse, eu teria que achar. Na verdade não achei a pedra, acabei usando um metal com formato de pedra. Que acabou se tornando um amuleto pessoal. O prazer de colecionar é isso. Você acaba dando um valor especial àquela coisa que para muitos pode ser insignificante, mas que pra você vale ouro. E por falar em ouro. A minha coleção mais valiosa é a de amigos. Amo fazer amizades e os amigos para mim, com certeza, valem muito e são de valores incalculáveis. |