O único problema é que alguns exemplares do sexo masculino, no ímpeto da conquista, se esquecem da tal frase antológica e partem para a meia-sola. E dá no que dá.

Meu grande amigo Joaquim é um destes. Superapaixonado e com a grana curta ele resolveu dar conta da situação, que estava dura por demais, comprando um anel para sua amada.

A amada mal cabia em si de tanta felicidade e topou rapidinho o convite para começar a vida a dois. Todo serelepe ele era só sorrisos.

No dia seguinte o homem passou por uma transformação sem igual. Cara fechada, não ria das piadas e o que é pior, não falava sobre o que o incomodava. Os amigos ficaram sem saber como agir. Três dias depois cheguei como quem não quer nada e perguntei se ele queria conversar. Ele me olhou com os olhos marejados e disse que não.

Ficou jururu por uma semana ou mais. Só depois deste tempo é que ele quis falar sobre o acontecido: "Minha ex-futura sogra levou o anel para uma joalheria e pediu uma avaliação do diamante. O joalheiro disse a ela que aquela pedra não era um diamante e sim um zircone".

- Você foi enganado Joaquim. Você comprou um diamante e te entregaram um zircone. Esta pedra é falsa, disse ela.

- Não, eu não fui enganado. Eu sabia que a pedra era um zircone. Eu a comprei porque ela estava dentro das minhas posses.

- Bem, essa pedra horrorosa pode estar dentro do seu limite no banco, mas ela não está à altura da minha filha.

Depois deste desfecho, meu amigo Romeu se viu sem sua Julieta para sempre. A única coisa a fazer era juntar os cacos do coração, porque do resto a megera indomada se encarregou de deixar bem claro que não haveria Super-Bonder que desse jeito.

- O que você acha disso tudo, perguntou ele.

- Eu acho que a vida tem valor e que você tem valor diante da vida. Siga o conselho de Shakespeare, plante seu jardim e decore sua alma, ao esperar que alguém lhe traga flores. Mas, uma coisa é certa: a pedra podia ser falsa, mas a sogra era bem verdadeira.