EM NOME DE QUEM?
Paulo Panzoldo
 
 

Até a manhã do dia 11 de Setembro de 2001, eu não tinha a menor idéia sobre o que escrever sobre o tema proposto: ZAP. Já havia desistido e lia um livro, um thriller, intitulado "Os Vigilantes", de autoria de Philip Cornford, jornalista e correspondente de guerra. Ganhei o livro da editora - Record - em 1993 e até ontem não havia aberto uma única página, salvo para manter um pequeno hábito: escrever alguma citação na contracapa, algo que tenha a ver com o tema tratado pelo livro, logo que eu recebo ou compro um livro. Lá estava a anotação escrita no mês de Dezembro daquele ano:

"Nós não queremos morrer por nossa pátria... queremos que 'eles' morram pela pátria 'deles'. (Gen. George Patton)

E assim foi durante décadas: em nome da liberdade, da democracia, de Deus, de Alá, da pátria, muitas vezes nem tão amada que mereça uma única gota de sangue inocente. Matam pelos mais variados motivos, como se a guerra fosse a solução para os problemas do mundo. Pura retórica minha, mas me faltam melhores argumentos para tentar justificar o injustificável.

Logo após o impacto na torre Norte do World Trade Center, em Nova York, um de meus filhos interrompeu minha leitura do citado livro, que trata de um grupo chamado Vigilantes da Paz. Na verdade um bando de fanáticos assassinos que se opõem ao desarmamento nuclear. A CIA pensa que os responsáveis são membros da KGB e esta pensa que os assassinatos são obra da CIA. Um confronto pós-glasnost. Larguei o livro e liguei a televisão.

Poucos segundos após, a segunda explosão, seguida da imagem do avião invadindo a torre Sul, situada na ilha que custara apenas um dólar aos brancos, séculos atrás.

- Pai, isso foi...

- Atentado? Só pode ser, um avião, vá lá, mas dois...

O resto da história, já vimos e ouvimos o suficiente para estarmos devidamente 'anestesiados' pela mídia. O fato é que fiquei pensando no tal do ZAP.

O cara vai trabalhar e... ZAP, já era. Está indo ver o filho em Los Angeles e... ZAP, já era. Um ZAP, na verdade quatro, mudarão os rumos da humanidade. Pois que seja ao contrário: seja PAZ!

 
 
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