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Alfredo?
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Hummm?
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Dá pra você parar de babar as bundas da TV e olhar pra mim quando
eu estou falando, se não for um favor muito grande?
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Claro, meu quindim, nenhuma bunda pra mim é melhor que a tua...
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Nem a da Laurinda?
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Que Laurinda?
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Deixa de ser cínico, Alfredo!...
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Ah!... a D. Laurinda do 701? Que ciúme bobo, meu tesão, dei só
umas caronas pra moça, foi gentileza, amor, só isto. Você sabe
que eu sou um cara educado.
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Carona com direito a desvio pelo Motel Beira-Mar...
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Lá vem você com o Motel Beira-Mar. Já disse que não era eu. Nunca
encostei um dedo na criatura!...
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Um dedo não, foi logo a mão todinha... e olha pra mim que eu estou
falando com você!...
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Eu adoro olhar para você... mas... por falar nisso, amor, o que
é que tu estavas fazendo às cinco horas no Motel ?
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Eu... eu ... não estava no Motel. Eu vi você, ou o seu sósia perfeito,
saindo de lá com a Laurinda, é diferente.
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E aí?... O Que você fazia lá, na saída do Motel?
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Quer virar o jogo, é? Pensa que eu sou boba? Primeiro vem com
esta história de gêmeo e agora quer me crucificar. Eu nunca tive
homem nenhum depois de ti, meu pecado e tu sabes disso... Bem
que eu deveria... mas sou muito burra pra te trair...
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Eu sei, coração. Também sou fiel a ti.
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Ah, Alfredo, porque fui amar logo a você?
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Porque a gente se encaixa, meu tesão.
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É... Com muito tapa, bordoada, chuva e trovoada, forçando todas
as barras, até que a gente se encaixa.
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E ninguém te faz ver estrelas como eu.
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Isto tenho que reconhecer. Se pudesse amava o certo, o perfeito,
o pontual, o trabalhador, mas a gente não manda no coração.
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É porque eu te amo, minha rainha.
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É porque eu te odeio, Alfredo. Mas não há ninguém no mundo inteiro,
para mim, como você.
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