Tema 034 - LABIRINTO
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O LABIRINTO DO BEM E DO MAL
Mairy Sarmanho

Estamos sós. Essa é a dura realidade da vida. A partir do momento que despertamos para a existência, começamos a vivenciar a solidão. E, mais cruel do que a solidão, é o labirinto da alma humana. Pelo fato de estarmos sozinhos (afinal, quem pode dividir, realmente, conosco os nossos medos, nossos anseios, nosso desalento, nosso nascer, crescer e morrer, nossa tomada de decisões que separa os bons dos maus, os certos dos errados, um indivíduo do outro?) somos obrigados a dar um passo adiante sem conhecer o caminho certo, sabendo que o tempo não retrocede e que jamais seremos capazes de conhecer o que nos espera senão no momento seguinte. A vida é um imenso labirinto, coberto de cacos de vidro e lindas flores, coroado com sorrisos amistosos e desencorajadores obstáculos.

Perdidos nesse labirinto do qual desconhecemos até mesmo o final, vamos nos equilibrando em nossas fantasias, nossos sentidos e sentimentos, tentando permanecer o maior tempo possível nessa procura, tentando sobreviver... E se no final do labirinto for feio, ruim? Se for lindo, maravilhoso? Se, nem ao menos, houver um fim para este labirinto o que faremos? Somos camundongos, cobaias de Deus ou do acaso, tentanto encontrar o melhor trajeto que nos levará a algum lugar ou a lugar algum...

O mais cruel de tudo é o fato de oscilarmos, diariamente, entre o bem e o mal. Nossa língua, por vezes tão rápida, diz coisas que nosso lado bom não admitiria. Nosso comportamento, por vezes tão coerente, nos arrasta para um paredão imenso que se chama consciência e que fica cobrando uma desculpa, uma justificativa... Estamos perdidos em nós mesmos... Pobres seres humanos, tão cheios de consciência, tão cheios de bondade e tão mergulhados na maldade sem perdão... Onde iremos parar? Na extinção total da espécie ou na adaptação à nossa condição de aprendizes andarilhos do universo?
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