PARANÓIA?
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Fernando
Zocca
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Aqueles que detiverem o controle sobre a água em uma região, por conseqüência terão também o controle sobre a vida dos seus consumidores. O poder político que domina o fornecimento dessa forma da matéria poderá ser exercido somando ou subtraindo elementos químicos estranhos a sua composição normal. Trata-se do exercício do poder no combate àqueles que não aceitam determinado tipo de autoridade. A deterioração voluntária desse elemento indispensável à saúde e a vida podem objetivar conseqüências econômicas também quando possibilita a entrada de água engarrafada no mercado descontente. Observa-se uma preocupação exacerbada por parte do órgão público, em manter o seu monopólio, quando tenta limitar o cidadão comum a buscar fontes alternativas que substituam aquele produto fornecido de péssima qualidade. Considerando a inexistência de dolo ou de imperícia no trato dessa coisa pública resta ainda a malignidade que a omissão pode causar. Como desculpa pode-se dizer que a estiagem está intensa e que é impossível melhorar a água. Conheci um sujeito que, por motivos que não convém dizer aqui e agora, sofreu uma certa persecução de grupos aliados a um desafeto seu. Fazia parte do time contrário um cidadão que, funcionário da empresa fornecedora d'água, tinha como seu papel a leitura dos hidrômetros indicadores de consumo. Não é preciso muita imaginação para dizer que todas as contas d'água vinham com valores irreais, acima do que realmente havia sido usado. Para ilustrar convém dizer também que no reforço persecutório, nem mesmo as margaridas responsáveis pela varredura de seu quarteirão ficaram sem uma opinião negativa sobre o tal sujeito. O mesmo processo foi usado com o "leiturista" da Cia Elétrica e o carteiro. A qualquer queixa ou reclamação, a desculpa dada pelos responsáveis, era de que a sobredita pessoa era louca e que já estivera internada em clínicas psiquiátricas espíritas. E que, portanto todos deveriam se afastar. Tais procedimentos são formas e tentativas de controle social difuso daqueles inconformados com o mando despótico e injusto existentes em determinados locais. Tais tentativas podem significar também vingança por suscetibilidades atingidas. Mas se você tem no rol de seus desafetos alguém que vive com uma latinha de cerveja numa das mãos, um celular na outra, falando feito um condenado, e tendo no canto esquerdo da boca um cigarrinho, meu amigo, pode parar. Você está ferrado. Esse tipo é semelhante àquele que vive na borda de piscina queimando carne e ouvindo som sertanejo entrecortado pelos latidos daquele cachorrinho de veado, o tal do Poodle. Esse é daquele tipo que vive na maior mordomia usando e abusando de todo conforto possível que propicia a forma capitalista de produção. Só que dentre seus objetivos e sonhos está o de ver instalado no mundo ocidental o regime comunista de governo. Esse é daquele tipo de militante ecológico que por causa de única árvore é capaz de atrasar por dez anos a duplicação de rodovia imprescindível para o desenvolvimento econômico de uma região toda. Esse é daquele espírita que de tão convicto leva a sério o sincretismo religioso: quando passa defronte um templo evangélico, faz logo o sinal da cruz. É mole? |
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