ESCATOLOGIA
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Eduardo
Loureiro Jr
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O que nos distingue dos
macacos é que, enquanto eles engolem bananas, nós engolimos sapos. Bananas,
até onde sei, são mais gostosas do que sapos. Entretanto, o único ser
humano que engole bananas durante o trabalho - ritual sagrado do homo
sapiens sapiens - é o Guga, e pelo visto ele vai muito bem, obrigado:
nasceu do barro, e ao saibro retornou. A relação dos demais seres humanos
com bananas é mais de dar (durante um discussão no trânsito, no escritório
ou no estádio de futebol) do que de engolir. Desperdiçamos ao invés de
aproveitar.
A escolha da inteligência ou do desenvolvimento cerebral como critério para determinação do grau evolutivo das espécies me parece um tanto quanto arbitrário. Se considerarmos que toda espécie tem primeiro que sobreviver, seria mais justo utilizar a alimentação como critério de evolução. Deveríamos usar a comida, e não a capacidade intelectual, para avaliar se o homem veio do macaco ou se o macaco é que veio do homem. Ou nunca pensaram no rabo como uma tecnologia altamente avançada? Não vejo como uma espécie que come Big Macs possa ser colocada no topo da escala evolutiva. Chegamos mesmo a ser bárbaros no que se refere a comida. O ser humano é o único para o qual comer é sinônimo de copular. Tudo bem que alguns insetos comem seus parceiros depois do sexo, mas trata-se de sobremesa e não do prato principal. Como não comemos direito, tentamos correr atrás do prejuízo fazendo sexo. Mas, como também não fazemos sexo direito, inventamos essa história de inteligência para garantir a sobrevivência da espécie. Desconfio mesmo que esse tal de "efeito estufa" é apenas um nomezinho bonito que arranjamos para disfarçar um peido malcheiroso produzido por nossa péssima dieta alimentar. Quando a bomba caiu em Hiroshima, o som produzido não foi de uma explosão, mas de um coaxo. Cada um expele o que come. Estamos cagando sapos. |
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