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Cenário 1: José em sua casa, deprimido, chateado, desiludido com a vida. Um domingo ensolarado, 14:00h, a TV ligada, dormia sob o sol que entrava pela fresta da janela aberta quando ouve um grito: "- Zezinho, almoço na mesa". Desce correndo pelas escadas, tropeça no sapato deixado na escada, corta o joelho, se rala inteiro... Mas tudo isso será recompensado por uma bela macarronada de domingo ou pelo famoso gnocchi com manjericão no molho e queijo ralado acompanhando. A emoção do prato pronto faz esquecer a dor! E o prazer de comer é impossível de traduzir em palavras. Porém a macarronada daquele domingo havia sido substituída por fígado... E José odeia fígado! Imediatamente o joelho começou a arder mais do que ele esperava e a dor foi quase insuportável.

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Cenário 2: Antônio marca um encontro com sua namorada para aquele sábado às 16h no seu apartamento. Música preparada, cama arrumada, perfumes diversos, a casa brilhando. Tudo estava pronto e perfeito: Antônio comeria naquela tarde! E seria comido também, por Amanda, sua namorada. E há coisa melhor do que isso? A fricção dos corpos, o odor exalado, o momento do êxtase... Porém, ao entrar no apartamento, Amanda termina o relacionamento com Antônio, alegando inúmeros desencontros entre os dois. Pelo menos o apartamento ficou limpo.

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Cenário 3: Mário estava em mais um daqueles dias chatos e sem nenhuma emoção no trabalho. Trabalhava em um banco e a rotina tomava conta das intermináveis horas do expediente. Naquele dia, porém, Mário cometeu um grave erro: perdeu um negócio de milhões por pura desatenção. Minutos depois, o golpe fatídico: Mário foi chamado à sala do diretor do departamento. Levou "aquela" comida do chefe, em alto e bom som, para que todos do andar pudessem ouvir. Foi transformado em exemplo a não ser seguido. No canto direito do andar, Marcelo ria por dentro. Estava feliz. Era desafeto assumido de Mário e aspirava o seu posto na empresa. O insucesso de Mário não poderia ter sido melhor!

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Resumindo, a comida, em qualquer dos seus sentidos, pode sempre ser boa ou ruim. Depende do ponto de vista e do lado em que estamos. É incrível como a mesma coisa pode ser vista de formas e ângulos diferentes por pessoas diferentes. Enfim, em meio a estes encontros e desencontros é que a vida acontece.