Assim como a gagueira e mudez, além de outras (d)eficiências tratadas pela fonoaudiologia, é muito comum, alheia a qualquer disciplina biológica, a demagogia; percebida de forma saliente, em alguns grupos sociais, como: empresários, políticos, assistentes sociais, ou em qualquer pessoa a quem você necessite recorrer e que não esteja afim de ajudar. O principal sintoma apresentado é a habilidade em persuadir através de um discurso bem bolado, onde, apesar do vocabulário rico, percebe-se a existência de meias-palavras. Você deve estar se questionando "por quê meias palavras"? Explico: A morfologia admite palavra como sendo um conjunto de signo e significado, sendo signo a grafia e significado o que ela representa. Uma vez que a palavra tenha signo e nenhum significado, é uma meia-palavra. Assim, o que se têm de um monólogo é, muita vez, a mais pura sucessão de nadas, ou, em melhores casos, uma seqüência distorcida de significados antônimos. Uma vez que essa enfermidade passa a ser usada como arma de palanque ou meio de comunicação ela sujeita-se à aceitação da massa acrítica. E como o povo não está instruído a conviver com esse tipo de vício, por falta de instrução e polidez, não o compreende, porém como diz o provérbio: "para o bom entendedor, meia-palavra basta". Será que eu fui claro?...