MORRER
DE AMOR
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Ivone
Carvalho
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Ouvir um adeus. Sentir que já não se é tão importante quanto se supunha ser. Ver sonhos se desmoronando. Não perceber o chão quando se pisa. Não ouvir mais a alegria dos pássaros quando cantam. Olhar a flor e descobrir que o nosso coração já não sente a vida que ela confirma existir. Ver, na água da chuva, apenas lágrimas. O coração fica apertadinho, parece doer. O passado tão recente escapa-nos dos pensamentos como se já estivesse longínquo. O corpo se torna inerte, desfalecido. A alma caminha pra fora do nosso ser, como se a fuga pudesse trazer uma solução. Os sons externos se tornam distantes. A voz embarga. O choro não dá trégua. Os soluços que não conseguem se exteriorizar formam um nó no peito. O conjunto dessas sensações e sentimentos tomam contam de todo o ser. Dão a impressão de que nunca terminarão. O tempo passa, a dor aumenta. A saudade não tem fim. A necessidade de gritar, chamar, ouvir, sentir, se impõe na mente. Vontade de correr. De alcançar. De implorar. De esquecer a mais triste das palavras: adeus. Desejo de se entregar, de voltar no tempo, de recomeçar, de perdoar e pedir perdão. Ânsia de abraçar, de olhar nos olhos, de sentir o corpo, sentir vida, calor, corações acelerados, energia renovada, força. Sentir novamente a principal razão de viver. Repetir, incontrolavelmente: eu te amo!!! |
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