MORRER
DE AMOR
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Ivan
de Almeida
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A cada momento uma lasca, uma casquinha, uma cicatriz no mármore da nossa ruína em construção. Construção às avessas: ontem ressentimento e mágoa, hoje inveja, logo a arrogância, cada qual nos gastando. Cotidianamente tomamos veneno. Sob a chuva ácida incessante, sulfúrica, vai o mármore ficando poroso e perdendo o brilho. Por nos amarmos nos deixamos ferir, por nos amarmos ferimos, por nos amarmos nos atinge o que ofende o amado. Morremos de amor. Próprio. |
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