QUEM
CASA, QUER CASA
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Cleomar
Santos
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Se existe um deus, este
já demonstrou ser pensante e profundo conhecedor do ser humano
ao motivar o casamento através do amor. Por enormes as dificuldades reservadas
aos loucos amantes, eis que a parábola torna-se certeira: Surge o
inseto, abobalhado pela falta de experiência, pela rudimentar forma de
pensar. Vaidoso, exige algo mais que o espelho para lhe dizer o quanto
é querido, o amor, no seu caso a teia que surgiu do nada, em seu
caminho a planar. Pronto!
Preso, ainda ouve, ainda vê. Percebe em relances algo distorcido, a imagem está turva e quanto mais se mexe, mais preso fica. A teia o domina, ele bate as asas, tenta escapar, se esmera em tentativas mas surge a aranha. Enorme, dominante e exímia hipnotizadora em sua presença. O prato está posto. O amor por belo, prende, cega, amarra e não permite a ação alheia. Inexperientes, nos deixamos envolver pelo brilho ofuscante da teia. Devorados, acabamos por fazer parte do ser biológico mais complexo da aranha. Parábolas, parabólicas de pensamentos sábios. |
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