ILÍCITO
NADA
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Felipe
Lenhart
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"Para viver um grande amor..." não, não, pára com isso. Plágio é baixaria, ainda mais quando o negócio é com um morto, e não apenas um morto morto, desses esquecidos, fincados 7 palmos terra adentro, carcomido pelos vermes do Brás Cubas, sei lá. Não: como o defunto é o Vinícius, não brinquemos. Sejamos, pois, criativos. Não custa tentar, ao menos. "Para viver um grande amor" é preciso uma pequena amante. Assim já vai melhor. Uma namorada, uma esposa, nada vale, não preenche. É preciso uma amante, repito. Pequena, quente e talvez até tão interessante como a "oficial". Pode ser. A fidelidade é uma farsa? Não digo. O real amor transita nos altos salões, nas festas oficiais, nos churrascos em família, nos becos e grutas do baixo meretrício. Para viver um grande amor, necessário é, antes de tudo, uma sutil dose de canalhice. Algo de Nelson Rodrigues, mas nunca de Palhares. O amor ilícito, eis quase tudo. Na verdade ilícito é terrível. Parece discriminatório: este é bom, coluna A; este é mau, lixo. Não, não pode ser carimbado deste jeito. Chute o ilícito e leia de novo: amor. Eis tudo. |
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