AMORES
ILÍCITOS
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Alberto
Carmo
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- Hitler amava Eva Braun. Podemos até questionar a licitude das atividades daquele maluco criminoso, mas o affair dele com Eva deveria estar entre o ilícito e o politicamente incorreto. Afinal, ele não era lá flor que se cheirasse, e não se sabe se ele perseguiu devidamente a perseguida da pobre moça. Já os perseguidos tinham um amor, quiçá ilícito, pelo vil metal, vis-à-vis com os diamantes e jóias em geral. Atualmente praticam sua vilania na NYSE* e na NASDAQ*, sem esquecer de Hollywood, onde abundam. Arrebentam economias do dia para a noite, e de quebra, milhões de famílias - globalizaram o desemprego - como se fossem bolhas de sabão. Tudo pelo lucro e pelo bem-estar, ilícitos, de suas próprias famílias e das tolas guerrinhas, ilícitas, em que vivem se metendo, na busca de um pedaço do latifúndio dos vizinhos. Ilícito não define completamente esse estranho amor e a atitude dessa gente. Esperam até hoje por um messias banqueiro, que lhes seja lícito - o céu é azul ou dourado? - e dizem acreditar nas sandices que lhes ensinaram no passado, em função de sua violência e promiscuidade exacerbadas, além de uma tremenda falta de higiene, que os obrigava a capar parcialmente os machos da espécie. Parece que nem a invenção do desodorante íntimo, e do chuveiro elétrico, removeu-os dessa prática absurda. Deve ser um pé no saco, e uma ameaça à paz do nosso lar, tê-los como vizinhos. Por via das dúvidas, dê uma checada na porta ao lado. Não se preocupe, isso é perfeitamente lícito - vide os States e seu teco-teco moderno, verificando a idoneidade dos vizinhos, não tão próximos, nos mares da China. Rainha também deve amar sua ex-sem-terra, agora já fazendo charque no micro-ondas - mais um amor lícito. Já o amor do casal pela boa vida às custas dos companheiros, e pela terra de outrem, é coisa das mais ilícitas nestas paragens, além de estuprar a legalidade e o pão-nosso de cada dia, conquistado às custas de muito suor, estresse, e longas estadias nos congestionamentos. Desde quando prédio de escritórios é terra ociosa? Só se for lá no planalto. Que invadam a esplanada, mas que não limpem a farofa de seus beiços preguiçosos nas obras-primas do Niemeyer. E que façam cursos intensivos de etiqueta e postura à frente das enxadas, porque não se semeia feijão calçando-se tênis Nike. E agricultor que se preza usa chapéu de palha, que deixa o suor da testa respirar, e não bonezinhos com siglas avermelhadas, que só fritam os poucos neurônios, que esses deserdados de uma boa surra paterna abrigam logo abaixo dos crânios de isopor. Como diria um gênio, embora pequeno-burguês, que adora paparicar essa corja, por falta de sustância no batente: - Vai trabalhar, vagabundo! Vai te cuidar, criatura! Deus permite a todo mundo uma loucura. E eu, ilicitamente, acrescento: - Loucura feita, vão plantar batatas! E o Lula? O amor que ele tem pelo mimado mindinho é paranormal, além de ilícito. O metaleiro, isto é, metalúrgico, levou uma ciscada no apêndice da mão, há sei lá quantos anos, e nunca mais bateu cartão de ponto. Passou a viver da língua, que, aliás, ele estraçalha com seu torno a cada vocábulo. Nesse caso, por mais lícito que seja o amor da companheira, uma tamancada, e um curso de gramática, ainda que ilicitamente pago pelo partido, seriam de bom tom. Ora essa! De vagabundos que solapam, ilicitamente, a paciência dos que trabalham, lícita e diuturnamente, bastam os escritores, que, sem ter o que fazer, ficam inventando moda, como a garantir a sopa de letrinhas diária, que os mantém de barriga quente - ilicitamente, diga-se de passagem. |
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