Tema 008 - MINDINHO
BIOGRAFIA
COMUNICAÇÃO
Celso Rab Lage

O corpo fala. Não, não estou mentindo. É só observar a postura das pessoas e logo você irá admitir, o corpo fala mesmo, através de gestos e sinais.

Desde os nossos antepassados, quando não existia a comunicação verbal, ou melhor, até existia, mas eram apenas alguns grunhidos, que o corpo se comunica.

Você já observou um garçom quando se aproxima para atendê-lo? Pois observe, ele sempre estará curvado para frente, em sinal de servidão. Já um patrão, esse nunca vi curvado, sempre está com uma postura ereta, peito estufado, transparecendo a todos que é superior.

Nós mesmos assumimos essa postura de ser superior, quando estamos discutindo fervorosamente com alguém, nunca nos encolhemos, sempre estamos com aquele ar de mais forte, retos, prontos para a briga. Ou será que alguém aqui já viu uma pessoa discutir com a outra com a cabeça abaixada?

É claro que a comunicação verbal é a mais importante, mas a linguagem corporal também é imprescindível. Duvidam? Pois vejamos:

Amarre as mãos de dois italianos, nas costas, e mande eles conversarem um pouco. Ou eles quebram os braços (o que é mais provável) ou ficam em silêncio.

Mais um exemplo? Se você é assim como eu, possui um inglês macarrônico, vá viajar para os Estados Unidos e tente se comunicar com algum americano.

Duvido que você, em 2 minutos de conversa (?), não esteja gesticulando para ser compreendido.

Aquele rapaz que trabalha no aeroporto, na pista, como ele controla os aviões? Apenas com um par de placas nas mãos e alguns gestos com os braços. Rapaz corajoso, esse.

Já pegou carona alguma vez? Aposto que ergueu o dedão da mão direita e fez sinal de positivo, aliás, o próprio sinal de positivo, já é uma outra forma de comunicação, não pega carona, mas demonstra que está tudo bem ou, se voltado para baixo, que a coisa está feia.

Aliás, os dedos são grandes formas de comunicação.

Dê uma fechada em um taxista, às 18hs de uma Sexta-feira. Com certeza ao olhar pelo retrovisor, você verá aquele dedo do meio, o médio, ou como alguns gostam de chamá-lo, o pai de todos, ereto, muito bem esticado, os outros dedos, abaixados, talvez com medo do gesto do "pai". Não preciso explicar o que significa, preciso?

Quer pedir silêncio? Coloque o indicador, reto, na frente dos lábios. Com certeza você já viu alguma foto de enfermeira, nessa posição, dentro do hospital.

Meu avô, que há muito perdeu a comunicação por uma determinada parte do corpo, me cutuca aqui atrás, pedindo para citar os dedos do meio e o anelar como grande forma de comunicação sexual. Sei não vô, certeza que são os dois?

Em se tratando de questões sexuais, temos também o mindinho.

 - Não vô, não são os japoneses que usam esse dedo.- É outro exemplo.

Ao observarmos um sujeito bebendo café na xícara por exemplo, podemos facilmente detectar se o cara é viado ou não. Basta o mindinho estar ali no canto, levantado. Levantou, certeza, é viado!

O mindinho, coitado, talvez por ser o mais fraquinho, em sinal de humildade, também é usado para se fazer as pazes quando brigamos com alguém. Entrelaçam-se os mindinhos e faz-se a paz!

Como vocês puderam observar, tanto a comunicação verbal quanto a comunicação corporal são importantes. Os dedos, os gestos, os sinais, todos são essenciais na comunicação entre os seres humanos, eu diria até, que um completa o outro, é falar e logo em seguida gesticular, ou vice-versa.

O exemplo mais claro que eles se completam é quando você, distraído, dá uma topada com o mindinho do pé na quina da porta ou mesmo no pé da cama ao se levantar.

É olhar para o mindinho todo esfolado e soltar a comunicação verbal:

- Puta que pariu!

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